A capa do album e os rostos do projecto 
Hoje deparei-me com mais uma pérola, pérola essa que me foi dada a conhecer, tal como os filmes do Patrick Swayze e do Van Damme, pela minha irmã, que teve a infelicidade de parte da adolescência dela ter apanhado os anos oitenta.
Corria o ano de 1992 quando ela, um dia, chega a casa com um cd intitulado ecstasy, da banda joker, o pôs a tocar e começou a acompanhar a voz melodiosa, qual rouxinol das power ballads, de Tiago Gardner, um ex-presidiário, (responsável pelos hediondos crimes de sodomia em cães vadios, na zona da Buraca, em Lisboa) ao qual foi oferecida uma segunda oportunidade na vida, através deste projecto, materializado em conjunto com Luis Páscoa, (o baterista e necrófilo em tratamento), Hugo Granger (baixista e ex-modelo do catálogo da cenoura, que caiu em desgraça após ter iniciado uma viagem em espiral descendente no mundo das drogas e da homossexualidade), José Vasconcelos (teclista transsexual e prostituto) e Paulo Ferreira (guitarrista e ex-dealer de cocaina, na escola primária de Alcoitão, onde bateu o recorde de chumbos consecutivos em qualquer estabelecimento de ensino em Portugal, com 27 chumbos na segunda classe).
A banda deu-se a conhecer ao mundo através do seu hit single Easy come and go, que ironicamente, hoje poderá ser olhado como a música que sintetiza toda a carreira da banda, uma power ballad com preponderância da guitarra de Paulo Ferreira, mestre na arte de a espremer totalmente, a cada acorde que interpretava, com uma secção ritmíca, onde Luis Páscoa trabalhava a bateria como se não houvesse amanhã e Hugo Granger trabalhava o estilo como Miguel Angelo trabalhou os tectos da Capela Sistina e Vasconcelos acompanhava nas teclas, qual Rachmaninov do século XX.
A banda rapidamente captou a atenção dos media e se tornou o expoente máximo do Hair Metal em Portugal, género musical que teve o seu apogeu em meados dos anos oitenta, com bandas como Bon Jovi, Def Leppard ou Poison, onde a laca para o cabelo era tão ou mais importante que os riffs poderosos e as vozes estridentes dos respectivos cantantes.
Igualmente percursores no estilo, tornando a primeira banda portuguesa a trabalhar tanto no campo musical como no visual, como se pode constatar pela elaborada capa apresentada acima, ou as indumentárias dos elementos do grupo, onde pontificam as botas texanas (estreia total em Portugal e génese de uma moda que ainda hoje perdura), os blusões de cabedal coloridos, usados sobre o tronco desnudo ou as calças justas e com lantejoulas, os Joker passaram como um tufão no universo teenager nacional, arrebatando corações de jovens totalmente desprovidas de protecção contra o magnetismo animal do grupo de cinco Ádonis latinos, com os seus corpos chiselados na construção civil e a sua penugem no peito, sedimentada por anos e anos de sol mediterrânico, jogos do SL. Benfica, coiratos, cerveja, vinho, broa e chouriço.
A sua ascenção baseou-se também nos concertos da banda, autênticos espectáculos de luz, cor e som, onde os cinco jovens, autênticos animais de palco, se atreviam em saltos arrojados e movimentos pélvicos capazes de derreter o coração de Manuela Ferreira Leite, sempre repletos de fãs estridentes, humidade relativa superior a 90 por cento, peitos sub-desenvolvidos, cartazes com dizeres como "Gardner, faz-me um filho no rabo", "Páscoa, as minhas entranhas são tuas", "Vasconcelos, comigo era só metê-los", "Granger, faz de mim a tua cueca de carne" ou "Ferreira, VIOLA-me as partes podengas, aqui e agora".
Tal como a sua ascenção aos tops nacionais, também a sua queda foi meteórica, muito por culpa da falta de estrutura mental de Tiago Gardner, completamente deslumbrado com a vida de rockstar, conduzindo a carreira da banda para o fundo, num tortuoso caminho de alcool, drogas e senhoras de meia idade com bigodes de fazer inveja a qualquer adolescente de 14 anos.
O culminar do caminho da banda aconteceu quando Gardner foi internado de urgência no centro de saúde de Moimenta da Beira, em coma alcoólico, resultado do beber excessivo antes de um concerto, marcado para a noite desse mesmo dia, o dia do encerramento das festas da terra, em homenagem à Nossa Senhora do Cabo do Caralho.
Tal atitude rotulou a banda, dentro do meio musical português, de "pouco profissional", "moucos do caralho" ou "padrúncios do caralho semelhantes ao Tony Ramos, mas saídos de uma obra qualquer da Tapada das Mercês", levando à extinção da mesma e ao arruinar dos sonhos de milhares de jovens, sedentas da voz estridente de Gardner, dos riffs de Ferreira, dos dedos mágicos de Vasconcelos, do ritmo de Páscoa ou do cabelo de Granger.
Após o culminar do projecto, cada elemneto seguiu o seu caminho, abandonando o mundo da música. Tiago Gardner, de momento lava carros numa bomba da repsol, perto de Sete Rios, Hugo Garner encontra-se neste momento indiciado como testemunha no processo Casa Pia, em virtude de ter crescido na instituição, Luis Páscoa tornou-se bate chapas numa oficina na Reboleira, José Vasconcelos mudou de sexo, passando agora a chamar-se Lady Di e agora é dançarina de shows eróticos num clube da Bobadela, chamado Dancing Carnuncha e Paulo Ferreira tornou-se num conhecido empresário da restauração, dono da cadeira de roullotes Bar 115, espalhadas um pouco por toda a Lisboa, debaixo de um qualquer viaduto.
em suma, apenas mais uma carreira promissora destruida pelo deslumbramento que só uma vida de rockstar pode proporcionar...